Fonte: Leite 2008 e MUSA
Fig. 02_ Vista do edifício (maquete)
Fonte: Leite 2009
1.1 Da Leitura do Edifício
Toru Kanawaza (FAU-Mack 1961), projetou este edifício em 1964. Ocupa um terreno com suave declividade na esquina da Av. Prestes Maia com Rua das Silveiras. O projeto consiste em um único volume onde o térreo abriga os vestiários, depósito de materiais, cantina, sanitários e alojamentos para o corpo e o chefe da guarda além de barbearia. Um grande hall, logo no final da escada de acesso, distribui toda a circulação em dois corredores, dividindo em três zonas o interior do pavimento superior. Voltados para o oeste estão cinco salas de aula. No centro ficam os depósitos de armas e munições iluminados pelas zenitais na laje. Para leste ficam a sala dos sargentos e dos instrutores, reuniões, almoxarifado, secretaria e direção. Estruturalmente, o projeto consiste em uma seqüência de pórticos, com desenho peculiar, pois se afinam à medida que se aproxima do solo. Voltado para o norte, o entrecolúnio é de 25 metros de distância e origina um vão que abriga as atividades do treinamento militar, e integra visualmente a construção com o desenho do entorno. Anéis de concreto protegem a saída de águas pluviais, criando um contraste com as formas retilíneas do projeto. A estrutura assume um papel duplo pois a obra tem sua forma final totalmente definida pelo desenho de sua estrutura, sem utilização de outros elementos: O resultado é um edifício de desenho puro e marcado pela economia de materiais: concreto, ferro e vidro apenas. Com exceção dos pisos do pavimento superior, que são em tacos de madeira, todo o projeto foi resolvido com estes materiais.
Fig. 03 e 04_ Vista da fachada (maquete)
Fonte: Leite 2009
1.2 Da metodologia de leitura
Diversas metodologias podem ser aplicadas, quando se analisa um edifício ou conjunto de obras. Além das tradicionais pesquisas em revistas como Acrópole, Habitat e outras muito conhecidas pelos pesquisadores de projetos de arquitetura, especialmente os projetos brutalistas, este trabalho buscou uma associação entre bibliografia específica e redesenho digital, ou reconstrução digital. Após o levantamento das fontes primárias do projeto, adquiridos no arquivo do setor de obras públicas de Santo André, houve a conversão do suporte do desenho, do papel para o meio digital, via redesenho no Auto-Cad. Cortes, elevações, topografia, plantas foram redesenhados fielmente aos projetos originais. As informações adquiridas nas visitas in loco, mais o material recolhido em livros e nas entrevistas com colegas de Toru, foram extremamente importantes, porém o grande incremento no conhecimento sobre a obra, foi obtido com o trabalho de redesenho do projeto não só em duas dimensões como também em trêsdimensões, através da utilização do 3d Studio Max. A experiência que o estudo em três dimensões entrega ao pesquisador de arquitetura é extremamente importante e facilitadora, pois o redesenho é uma tarefa rápida e com resultados que não estão nas bibliografias, e às vezes nem nas visitas in loco. Curioso notar, que ao longo da graduação em arquitetura e urbanismo, é natural requisitar aos alunos que desenvolvamapresentações constituídas por leitura de obras emblemáticas. O resultado é geralmente simples transcrições dos textos, agregada as colagens de fotografias das revistas (Projeto e design, AU e outras) e uma visita, muitas vezes festiva e sem trena ou outro instrumento de medição, ao prédio em questão. O redesenho, além de elucidar informações preciosas do projeto, contribui para o desenvolvimento da representação gráfica dos alunos, não só o desenho de cortes, plantas e elevaçôes, mas também o desenho em três dimensões a partir de programas gráficos, realidade de grande maioria dos escritórios de arquitetura em atividade que baseiam sua representação gráfica no uso de programas computacionais.
Fig. 05_ Corte
Fonte: Leite 2009
1.3 Bibliografia de apoio
1.3 Bibliografia de apoio
BONFIM, Jorge Olavo dos Santos. Depoimento gravado em 01 de junho de 2005. Santo André, (fita cassete), 2005.
ZEIN, Ruth Verde. A arquitetura da Escola Paulista Brutalista: 1953-1973. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS, Porto Alegre, 2005.
Estúdio Brasileiro (org.) Casa Oguy: arquitetura moderna em Santo André: Estúdio Brasileiro, 2005.
LEITE, Denivaldo Pereira. Inventário de Arquitetura Moderna no ABC: Edifícios Públicos em Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, 1960-1973. (mestrado). FAU Mack, 2008.
LEITE, Denivaldo Pereira. Inventário de Arquitetura Moderna no ABC: Reconstituição digital de obras emblemáticas construídas em Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sulentre 1960 e 1973. (livre). Fau Mack 2009.
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